A Rotina começa com o despertar as 7:30 da manhã, com o foco de urgentemente agarrar a máquina do café, para beber aquela caneca cheia com a energia para enfrentar mais um dia de trabalho.
Depois de ter o power do café já dentro do corpo, fazer a higiene diária, enquanto se olha para o espelho e na cabeça vem as ideias, as preocupações e os desafios de mais um dia de trabalho no mundo da programação.
Local de trabalho, que passou a ser em casa devido a uma gravíssima pandemia, em que trás as suas vantagens tal como desvantagens.
Ao sentar na cadeira, que já tem a marca do nosso corpo gravada nela própria, respirar fundo e ganhar coragem para enfrentar mais um dia, mas antes ler as notícias do nosso interesse, notícias do mundo, futebol, de tudo que cada pessoa tem interesse.
Quando bate as 09:00h começar a entrar na máquina virtual para preparar tudo para começar a aventura de programar, organizar e planificar todas as tarefas planeadas para o dia.
As 10:00h ouço aquele toque de chamada para uma reunião diária, que já nos provoca pesadelos com o tom do teams, que mesmo não estando a trabalhar ouço constantemente aquele som, parece que já está vincado nos ouvidos e na minha cabeça.
A reunião começa e vejo os meus colegas através de quadradinhos com fundos, para esconder a divisão das casas onde se encontram, para esconder desarrumação ou até mesmo para esconder o parceiro que também os acompanha na jornada do tele-trabalho.
Depois de dar o ponto de situação das minhas tarefas, na reunião parto para o desafio dos objetivos planeados das tarefas.
Durante a manhã, olho constantemente para o relógio, ansioso para que chegue a 13:00h para o tão esperado almoço e descanso de 1h que sabe sempre a tão pouco, mas tempo de espera até a hora de almoço é tão cansativo, como se tivesse que correr uma maratona, porque durante esse período da reunião de pontos de situação e a hora de almoço, acontece toda uma montanha russa de emoções tais como, a felicidade de ter testado um bocado de código que não estava a conseguir testar, a tristeza de encontrar um bug, o aborrecimento de esperar que seja feito um build de código ou até mesmo ser chamado para uma reunião, para definir alterações.
Depois a tar esperada hora de almoço, em que muitas vezes passa por ser deitado no sofá no telemóvel ou até mesmo a dormir, devido ao cansaço acumulado da semana ou até mesmo dos meses, de trabalho. Quando essa preciosa hora passa, vem aquele sentimento que sentimos quando acordamos de manhã do famoso “eu só queria mais um bocadinho”, mas na minha cabeça vem logo de seguida “não pode ser, tens responsabilidades”, e lá vou eu com um ar de revoltado, a arrastar me para a cozinha só para ir buscar alguma coisa para comer, enquanto volto ao trabalho.
Mais uma vez, verifico várias vezes o relógio para a chegada da famosa hora de saída, as 18:00h, mas sempre no meio de reuniões, desenvolvimento, correções de bugs e planificação de tarefas.
E finalmente a hora chega, em que vem uma alegria, que faz soltar um sorriso, como se fosse uma criança pequena a quem lhe deram um chupa, juntamente com aquele sentimento de fechar o computador do trabalho, desligar o monitor auxiliar e pousar os fones que já nos fazem doer as orelhas, de estar constantemente com eles, solta-se um “Finalmente”.
Me dirijo para a sala de estar da minha residência, atiro-me para o sofá e me afundo nas almofadas, mas os pensamentos sobre o trabalho ainda não foram embora da minha cabeça. Um programador informático é isto, sair do trabalho e mesmo assim estar a magicar na cabeça possíveis soluções das tarefas que deixamos abertas para o dia a seguir.
Estes pensamentos duram ate ir me deitar na cama e adormecer, para no dia a seguir voltar a luta da programação.